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Gestação após Fertilização in Vitro (FIV): Quais os Riscos e Cuidados Essenciais?
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Entenda os riscos e os cuidados especializados necessários para uma gravidez saudável e segura após uma gravidez por fertilização in vitro

A fertilização in Vitro (FIV) revolucionou o tratamento da infertilidade, permitindo que milhões de casais realizem o sonho da parentalidade [1]. Compreender as particularidades da gravidez por fertilização é fundamental para que casais e profissionais de saúde possam tomar decisões informadas e proporcionar o melhor cuidado possível [2].

A gravidez por fertilização apresenta riscos específicos que, quando bem compreendidos e manejados com uma abordagem especializada e sensível, permitem excelentes resultados [3]. Este artigo apresenta uma análise baseada nas evidências científicas mais robustas sobre os cuidados e riscos associados, sempre priorizando o acolhimento e o protagonismo da gestante nesta jornada única.

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Como a Fertilização in Vitro funciona?

A Fertilização in Vitro é uma técnica de reprodução assistida de alta complexidade onde a fecundação do óvulo pelo espermatozoide ocorre em ambiente laboratorial. O processo envolve a estimulação ovariana controlada, a coleta dos oócitos, a fertilização em laboratório e a transferência do embrião para a cavidade uterina [1, 2]. Durante todo este processo, é fundamental que a equipe médica ofereça acolhimento e esclarecimento sobre cada etapa, respeitando as expectativas e ansiedades naturais do casal [3].

Atualmente, a gravidez por fertilização representa 1,6% de todos os nascimentos únicos e 18,3% de todas as gestações múltiplas nos Estados Unidos [3]. Embora a maioria das gravidezes por fertilização sejam bem-sucedidas, evidências científicas demonstram riscos aumentados para complicações que requerem vigilância especializada e cuidado humanizado [7]. O conhecimento destes aspectos permite que a gestante seja protagonista de suas escolhas, sempre amparada por informações claras e suporte médico empático.

Quando Posso Saber se Estou Grávida Após a FIV??

O momento da confirmação da gravidez é cercado de expectativas e ansiedades compreensíveis. Embora o desejo seja realizar o teste imediatamente, é preciso cautela: medicações como a gonadotropina coriônica (Choriomon®), usadas no tratamento, podem gerar um resultado falso positivo.

O ideal é seguir a orientação médica. Para transferências de embriões de 5 dias (blastocistos), o exame de sangue Beta-hCG pode ser realizado 9 dias após o procedimento. Para embriões de 3 dias, aguarda-se 11 dias, pois precisam de mais tempo para a implantação e desenvolvimento inicial [4].

A confirmação definitiva da viabilidade da gestação ocorre com o ultrassom transvaginal por volta da 6ª semana, quando os batimentos cardíacos embrionários se tornam visíveis. Este é um momento de grande alegria, mas o obstetra deve estar preparado para acolher o casal em caso de um resultado adverso. A experiência do especialista em Medicina Fetal, aliada à qualidade do equipamento de ultrassom, é determinante para um diagnóstico precoce e preciso.

É importante que o casal saiba que as taxas de abortamento na gravidez por fertilização são superiores às espontâneas, variando de 13% em mulheres com menos de 35 anos a 54% naquelas com 44 anos ou mais [5]. Esta informação deve ser compartilhada com delicadeza, oferecendo sempre suporte emocional e acompanhamento próximo. A vigilância inicial é crucial para identificar precocemente complicações como a gravidez ectópica, que ocorre em 1,5% a 2% dos casos [6].

Dr. Alan Hatanaka

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Cuidados Essenciais no Pré-Natal da Gravidez por Fertilização

A gravidez por fertilização requer um plano de cuidados específico. No primeiro trimestre, as diretrizes da Society for Maternal Fetal Medicine (SMFM) recomendam o suporte hormonal com progesterona até 10-12 semanas para a adequada manutenção do endométrio [3]. É essencial que a gestante compreenda a função deste medicamento e se sinta à vontade para tirar dúvidas. Recomenda-se também moderação nas atividades físicas intensas, priorizando exercícios leves que promovam bem-estar.

O acompanhamento pré-natal pós-FIV deve ser mais frequente, com mais consultas e ultrassonografias do que em gestações espontâneas [3]. O ideal é que o especialista em Medicina Fetal realize o ultrassom na própria consulta, o que traz mais agilidade, acolhimento e qualidade ao atendimento.

Após 12 semanas, os cuidados se assemelham aos de uma gestação de baixo risco, incluindo suplementação vitamínica, dieta equilibrada e atividade física orientada. Este é o momento ideal para discutir o plano de parto, respeitando os desejos da mulher e estimulando o parto normal sempre que clinicamente apropriado. Práticas humanizadas, como o contato pele a pele e a amamentação na primeira hora de vida, devem ser planejadas para fortalecer o protagonismo materno.

Quais os Riscos da Gravidez por Fertilização (FIV)?

É fundamental que os casais compreendam os riscos de forma equilibrada, sem alarmismo, mas com conhecimento para tomar decisões informadas junto à sua equipe médica. A transparência fortalece a relação de confiança e permite um acompanhamento mais eficaz e humanizado.

Riscos Maternos

Evidências científicas robustas mostram que a gravidez por fertilização está associada a maiores riscos de certas complicações maternas, que podem ser bem manejadas com um pré-natal especializado e acolhedor. Uma meta-análise com quase 2 milhões de gestantes demonstrou riscos elevados para [7]:

  • Pré-eclâmpsia: Risco 2,7 vezes maior [7].
  • Diabetes Gestacional: Risco 53% maior [9].
  • Complicações Placentárias: Risco de placenta prévia 6 vezes maior e de descolamento prematuro da placenta 2,4 vezes maior [7, 8].
  • Parto Cesáreo: Risco 2,3 vezes maior [8].

É fundamental enfatizar que estes números representam estatísticas populacionais, não o destino individual de cada gestante. O acompanhamento personalizado e atento permite identificar e intervir precocemente, oferecendo o suporte clínico e emocional necessário.

Riscos Perinatais (para o Bebê)

A literatura científica também documenta riscos perinatais que devem ser monitorados com cuidado, experiência e tecnologia ultrassonográfica avançada:

  • Prematuridade: Risco 2 vezes maior [7].
  • Baixo Peso ao Nascer: Risco 1,8 vezes maior [7, 8].
  • Mortalidade Perinatal: Risco 2,2 vezes maior [10].
  • Malformações Congênitas: Risco 1,32 vezes maior [11].

Apesar dos dados, é importante tranquilizar os casais: a grande maioria das gravidezes por fertilização resulta em bebês saudáveis. O acompanhamento com um especialista em Medicina Fetal permite intervenções precoces, como a avaliação seriada do colo uterino para prevenção do parto prematuro, conforme as recomendações da SOGESP, escritas pelo Prof. Dr. Alan Hatanaka. A vitalidade fetal e o crescimento são monitorados com a ultrassonografia com Doppler, seguindo protocolos internacionais rigorosos como os da Fetal Medicine Barcelona.

É crucial destacar que muitos desses riscos podem estar mais relacionados à causa da infertilidade do que ao procedimento de FIV em si [12].

Atenção Especial: Gravidez Ectópica

A gravidez ectópica, quando o embrião se implanta fora do útero (mais comumente nas tubas), é uma complicação grave que ocorre em cerca de 2% das gestações clínicas pós-FIV [13, 14]. Se não diagnosticada precocemente, pode levar à ruptura da tuba e a hemorragias graves, com risco de vida para a mãe.

O diagnóstico pode ser desafiador. Exige a combinação de dosagens de beta-hCG com a ultrassonografia transvaginal, um exame que demanda grande experiência e conhecimento teórico para ser realizado com segurança, especialmente em fases iniciais.

Dr. Alan Hatanaka

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Como um Pré-Natal Especializado Minimiza Esses Riscos?

A minimização de riscos na gravidez por fertilização é a união de ciência, tecnologia e cuidado humanizado, respeitando o protagonismo da gestante.

  1. Vigilância Pré-natal Especializada: O manejo segue um protocolo de vigilância rigoroso [3], que inclui ultrassonografias seriadas no início da gestação, rastreamento detalhado de malformações, avaliação minuciosa da placenta e ecocardiografia fetal para avaliar o coração do bebê.
  2. Prevenção de Pré-eclâmpsia: Como a FIV é um fator de risco, o rastreamento de pré-eclâmpsia no primeiro trimestre é mandatório. Este rastreamento, realizado entre 11 e 14 semanas, combina dados maternos com a ultrassonografia com Doppler das artérias uterinas. Os dados devem ser inseridos no software da Fetal Medicine Foundation de Londres para um cálculo de risco preciso, que define a necessidade do uso de aspirina [15]. O Prof. Dr. Alan Hatanaka ressalta a importância deste cálculo ser feito por um médico credenciado pela fundação, uma certificação que exige provas anuais e garante a correta aplicação do protocolo.
  3. Vigilância do Crescimento e Vitalidade Fetal: Para mitigar os riscos de restrição de crescimento e óbito fetal, o acompanhamento com especialista em Medicina Fetal é um diferencial. Exames como a ultrassonografia com Doppler, o Perfil Biofísico Fetal e a Cardiotocografia Computadorizada são realizados na própria consulta, trazendo máxima segurança e tranquilidade para o casal. A cardiotocografia computadorizada, em particular, é muito superior à convencional, evitando alarmes falsos e intervenções desnecessárias.

Momento e Via de Parto na Gravidez por Fertilização

Devido ao risco aumentado de óbito fetal ao final da gestação, alguns estudos sugerem a possibilidade de indução do parto entre 39 e 40 semanas, embora não haja um consenso definitivo. A decisão sobre o momento e a via de parto deve ser individualizada, em uma conversa aberta entre o médico e a gestante, respeitando seus desejos. É fundamental esclarecer que a FIV, por si só, não é uma indicação de cesariana, e o parto normal deve ser estimulado sempre que seguro e apropriado [16].

A Importância do Acompanhamento Médico Especializado

O acompanhamento de uma gravidez por fertilização vai muito além da vigilância técnica. É uma jornada compartilhada, baseada em confiança, acolhimento e respeito ao protagonismo materno. Evidências mostram que, com o monitoramento correto, a grande maioria dessas gestações resulta em nascimentos saudáveis [17].

O conhecimento dos riscos não deve desencorajar os casais, mas sim empoderá-los para buscar o cuidado especializado que merecem, garantindo a segurança e o bem-estar da mãe e do bebê.

A equipe do Prof. Dr. Alan Hatanaka, com sua vasta experiência em gestações de alta complexidade e medicina fetal, está preparada para oferecer o cuidado científico, tecnológico e humano que esta jornada exige.

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Assim, é possível identificar, minimizar, tratar os riscos e possibilitar que tanto a mãe quanto o bebê passem por toda essa jornada perfeitamente saudáveis.

Se você ainda tem dúvidas sobre gestação após fertilização, entre em contato com o Prof. Dr. Alan Hatanaka!

 

Referências Bibliográficas

  1. Edwards RG, Bavister BD, Steptoe PC. Early stages of fertilization in vitro of human oocytes matured in vitro. Nature. 1969;221(5181):632-5. DOI: 10.1038/221632a0
  2. Pandey S, Shetty A, Hamilton M, Bhattacharya S, Maheshwari A. Obstetric and perinatal outcomes in singleton pregnancies resulting from IVF/ICSI: a systematic review and meta-analysis. Hum Reprod Update. 2012;18(5):485-503. DOI: 10.1093/humupd/dms018
  3. Society for Maternal-Fetal Medicine (SMFM). Management of pregnancies resulting from in vitro fertilization. SMFM Consult Series #60. Am J Obstet Gynecol. 2022;226(2):B9-B18. DOI: 10.1016/j.ajog.2021.11.009
  4. American College of Obstetricians and Gynecologists. Committee Opinion No. 713: Perinatal Risks Associated With Assisted Reproductive Technology. Obstet Gynecol. 2016;128(3):e61-8. DOI: 10.1097/AOG.0000000000001637
  5. Centers for Disease Control and Prevention. 2019 Assisted Reproductive Technology Fertility Clinic Success Rates Report. Atlanta, GA: US Department of Health and Human Services; 2021.
  6. Clayton HB, Schieve LA, Peterson HB, Jamieson DJ, Reynolds MA, Wright VC. A comparison of heterotopic and intrauterine-only pregnancy outcomes after assisted reproductive technologies in the United States from 1999 to 2002. Fertil Steril. 2007;87(2):303-9. DOI: 10.1016/j.fertnstert.2006.06.037
  7. Jackson RA, Gibson KA, Wu YW, Croughan MS. Perinatal outcomes in singletons following in vitro fertilization: a meta-analysis. Obstet Gynecol. 2004;103(3):551-63. DOI: 10.1097/01.AOG.0000114989.84822.51
  8. Schieve LA, Meikle SF, Ferre C, Peterson HB, Jeng G, Wilcox LS. Low and very low birth weight in infants conceived with use of assisted reproductive technology. N Engl J Med. 2002;346(10):731-7. DOI: 10.1056/NEJMoa010806
  9. Yang Y, Wu N. Gestational diabetes mellitus and preeclampsia: correlation and influencing factors. Front Cardiovasc Med. 2022;9:831297. DOI: 10.3389/fcvm.2022.831297
  10. Pinborg A, Wennerholm UB, Romundstad LB, et al. Why do singletons conceived after assisted reproduction technology have adverse perinatal outcome? Systematic review and meta-analysis. Hum Reprod Update. 2013;19(2):87-104. DOI: 10.1093/humupd/dms044
  11. Hansen M, Kurinczuk JJ, Milne E, de Klerk N, Bower C. Assisted reproductive technology and birth defects: a systematic review and meta-analysis. Hum Reprod Update. 2013;19(4):330-53. DOI: 10.1093/humupd/dmt006
  12. Committee on Obstetric Practice, Committee on Genetics. Perinatal risks associated with assisted reproductive technology. Committee Opinion No. 671. American College of Obstetricians and Gynecologists. Obstet Gynecol. 2016;128:e61-8. DOI: 10.1097/AOG.0000000000001643
  13. Refaat B, Dalton E, Ledger WL. Ectopic pregnancy secondary to in vitro fertilisation-embryo transfer: pathogenic mechanisms and management strategies. Reprod Biol Endocrinol. 2015;13:30. DOI: 10.1186/s12958-015-0025-0
  14. Fernandez H, Capmas P, Lucot JP, Resch B, Panel P, Bouyer J. Fertility after ectopic pregnancy: the DEMETER randomized trial. Hum Reprod. 2013;28(5):1247-53. DOI: 10.1093/humrep/des415
  15. US Preventive Services Task Force. Low-dose aspirin use for the prevention of morbidity and mortality from preeclampsia: US Preventive Services Task Force recommendation statement. JAMA. 2014;311(12):1215-7. DOI: 10.1001/jama.2014.2617
  16. American College of Obstetricians and Gynecologists. Committee Opinion No. 764: Pregnancy at Age 35 Years or Older. Obstet Gynecol. 2022;140(2):348-53. DOI: 10.1097/AOG.0000000000004870
  17. Hart R, Norman RJ. The longer-term health outcomes for children born as a result of IVF treatment: Part I–General health outcomes. Hum Reprod Update. 2013;19(3):232-43. DOI: 10.1093/humupd/dms062