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Colo Uterino Curto: O Pessário Cervical é a Solução para Você?
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Descubra como o pessário, o que a ciência comprova sobre sua segurança e os fatores essenciais que você e seu obstetra devem considerar antes de tomar uma decisão.

No Brasil, cerca de 10% de todos os bebês nascem antes do tempo, uma condição conhecida como prematuridade [1]. Diante desse cenário, é fundamental que as gestantes conheçam as mais modernas e eficazes opções de prevenção. Nesse contexto, uma das mais discutidas é o uso do pessário cervical.

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Este dispositivo, feito de silicone e com formato de anel, é inserido pela vagina e se encaixa ao redor do colo do útero. Sua função é dupla: mudar a angulação do colo e, ao mesmo tempo, oferecer um suporte mecânico, dificultando sua abertura precoce e a dilatação antes da hora [2,3].

Contudo, a eficácia do pessário depende criticamente de dois fatores: a indicação correta e a experiência do obstetra que realiza o procedimento. Um estudo publicado pelo grupo do Prof. Dr. Alan Hatanaka demonstrou que a taxa de sucesso aumenta significativamente após uma curva de aprendizado, atingida após a realização de aproximadamente 30 procedimentos [4].

Isso reforça a necessidade de que gestantes com risco de prematuridade sejam acompanhadas por um especialista no assunto.

Qual a real eficácia do pessário para evitar a prematuridade?

O pessário foi inicialmente idealizado nos anos 60 por Hans Arabin como uma alternativa não cirúrgica à cerclagem. Contudo, é crucial entender que hoje sabemos que o pessário não substitui a cerclagem, mas tem seu lugar específico na prevenção.

A ciência moderna começou a validar seu uso com estudos rigorosos. O primeiro grande estudo randomizado, publicado na prestigiada revista The Lancet em 2012, mostrou uma impressionante redução de quase 80% no risco de parto antes de 34 semanas em mulheres com colo uterino curto (≤ 25 mm) [5].

Posteriormente, outros estudos importantes apresentaram resultados divergentes: por um lado, uma pesquisa da Fetal Medicine Foundation não encontrou benefícios superiores ao uso de progesterona [6]; por outro, o maior estudo sobre o tema até hoje, o P5 Group (do qual o Prof. Dr. Alan Hatanaka é coautor), demonstrou no Brasil uma sólida redução de 40% no risco de parto antes de 34 semanas [7]

Por que os estudos apresentam resultados diferentes?

Essa aparente polêmica científica é explicada, em grande parte, pelas diferenças na metodologia dos estudos, no modelo do pessário utilizado e, principalmente, na experiência da equipe médica.

Alguns estudos realizaram intenso treinamento prático antes de iniciar a coleta de dados, mas outros, não. O trabalho publicado no The Lancet em 2012, realizou esse treinamento, assim como o P5 group.

Dr. Alan Hatanaka

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Para quem o pessário cervical é indicado?

A principal indicação para o uso do pessário é a detecção de um colo uterino curto (≤ 25 mm) em uma ultrassonografia transvaginal de rotina, geralmente realizada no segundo trimestre. Uma mulher com essa condição apresenta um risco elevado de prematuridade:

  • 50% de chance de parto antes de 37 semanas;

  • 25% de chance de parto antes de 34 semanas;

  • 20% de chance antes de 32 semanas;

  • 10% de chance antes de 28 semanas [8].

Em contrapartida, é importante notar que, com base nas evidências atuais, o pessário não demonstrou benefício em gestações gemelares ou em mulheres com histórico de parto prematuro espontâneo. Dessa forma, sua indicação mais precisa restringe-se a gestantes de feto único, sem histórico de prematuridade, e com um colo medindo entre 10 mm e 25 mm.

Qual o melhor modelo de pessário?

A escolha do modelo é um detalhe técnico, mas fundamental. De fato, analisando os estudos que obtiveram sucesso, observamos que o design importa. Os três principais tipos são: Arabin, Ingamed e Bioteque.

  • Pessário de Arabin: É o mais estudado. Os trabalhos com resultados positivos, como o de Goya et al. [5], utilizaram um modelo específico com medidas de 65x32x25 mm (diâmetro externo x diâmetro interno x altura). Outros tamanhos de Arabin, mais baixos ou com abertura interna maior, podem não ser tão eficazes.

  • Pessário Ingamed AM: Desenvolvido no Brasil, possui medidas ligeiramente diferentes (70x27x25 mm) e é feito de um material mais rígido, com indentações que melhoram a aderência ao colo. Foi este o modelo utilizado no bem-sucedido estudo brasileiro P5 [7].

  • Pessário Bioteque: É um modelo significativamente mais baixo (17 mm de altura), assemelhando-se mais a pessários para incontinência urinária, e carece de evidências robustas para a prevenção da prematuridade.

Portanto, a escolha deve se basear exclusivamente nos modelos validados cientificamente: o Arabin (65x32x25 mm) e o Ingamed AM.

Pessário
Pessário AM: Arquivo Pessoal
Pessário de Arabin: Arquivo Pessoal
Pessário de Arabin: Arquivo Pessoal
Dr. Alan Hatanaka

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Como o pessário é colocado? É um procedimento doloroso?

O obstetra realiza colocação do pessário em um procedimento de consultório, rápido e que não exige anestesia geral. A experiência do profissional, no entanto, é o que garante a eficácia e o conforto da paciente.

O Prof. Dr. Alan Hatanaka desenvolveu uma técnica própria para tornar a inserção o menos incômoda possível. Em linhas gerais, o procedimento segue alguns passos essenciais:

  • Limpeza cuidadosa da vagina para remover secreções.

  • Aplicação de lidocaína em gel para diminuir a sensibilidade.

  • Controle ultrassonográfico antes e imediatamente após a colocação para garantir o posicionamento perfeito.

  • Uma manobra de rotação que “encaixa” o pessário de forma segura no colo uterino.

Como resultado dessa técnica, a maioria das pacientes relata apenas um leve desconforto ou uma sensação de pressão, não de dor aguda. Um discreto sangramento pode ocorrer no primeiro dia, e é esperado um aumento de secreção vaginal (amarelada, sem cheiro) nas semanas seguintes.

Conclusão: A Experiência do Especialista é Determinante

A escolha do modelo do pessário é apenas um dos passos na complexa jornada de prevenção do parto prematuro. Mais importante que o dispositivo em si é o conhecimento de quem o indica e o maneja.

É preciso um especialista com capacidade para:

  • Indicar corretamente, evitando o uso desnecessário.

  • Realizar a inserção com técnica apurada.

  • Saber manejar eventuais dificuldades ou intercorrências.

  • Acompanhar o pós-procedimento e saber o momento exato de retirar o dispositivo.

Afinal, esse conjunto de conhecimentos só é adquirido com anos de estudo, prática clínica e dedicação à pesquisa, fatores que são determinantes para o sucesso… na prevenção da prematuridade e para a segurança da mãe e do bebê.

A equipe do Prof. Dr. Alan Hatanaka está aguardando seu contato para iniciar a jornada de uma gravidez saudável e segura.

Referências Bibliográficas

  1. Ministério da Saúde do Brasil. DATASUS – Informações de Saúde – Nascidos Vivos [Internet]. 2024 [cited 2022 Aug 17]. Available from: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvuf.def
  2. Cobaleda MM, Ribera I, Maiz N, Goya M, Carreras E. Cervical modifications after pessary placement in singleton pregnancies with maternal short cervical length: 2D and 3D ultrasound evaluation. Acta Obstet Gynecol Scand. 2019;98(11):1442–9.
  3. Goya M, Pratcorona L, Higueras T, Perez-Hoyos S, Carreras E, Cabero L. Sonographic cervical length measurement in pregnant women with a cervical pessary. Ultrasound in Obstetrics and Gynecology. 2011;38(2):205–9.
  4. Goya M, Pratcorona L, Merced C, Rodó C, Valle L, Romero A, et al. Cervical pessary in pregnant women with a short cervix (PECEP): An open-label randomised controlled trial. The Lancet [Internet]. 2012;379(9828):1800–6. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(12)60030-0
  5. Goya M, De La Calle M, Pratcorona L, Merced C, Rodó C, Muñoz B, et al. Cervical pessary to prevent preterm birth in women with twin gestation and sonographic short cervix: A multicenter randomized controlled trial (PECEP-Twins). Am J Obstet Gynecol. 2016;214(2):145–52.
  6. Nicolaides KH, Syngelaki A, Poon LC, Picciarelli G, Tul N, Zamprakou A, et al. A Randomized Trial of a Cervical Pessary to Prevent Preterm Singleton Birth. N Engl J Med. 374(11):1044–52.
  7. Dugoff L, Berghella V, Sehdev H, Mackeen AD, Goetzl L, Ludmir J. Prevention of preterm birth with pessary in singletons (PoPPS): randomized controlled trial. Ultrasound in Obstetrics and Gynecology. 2018;51(5):573–9.
  8. Saccone G, Maruotti GM, Giudicepietro A, Martinelli P, Group for the IPBP (IPP) W. Effect of Cervical Pessary on Spontaneous Preterm Birth in Women With Singleton Pregnancies and Short Cervical Length. 318(23):2317–8. Available from: http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?doi=10.1001/jama.2017.18956
  9. Pacagnella RC, Mol BW, Borovac-Pinheiro A, Passini R, Nomura ML, Andrade KC, et al. A randomized controlled trial on the use of pessary plus progesterone to prevent preterm birth in women with short cervical length (P5 trial). BMC Pregnancy Childbirth. 2019;19(1):442.
  10. França MS, Hatanaka AR, Cruz JDJ, Júnior LDA, Emy T, Hamamoto K, et al. Cervical pessary plus vaginal progesterone in a singleton pregnancy with a short cervix : an experience-based analysis of cervical pessary ’ s efficacy. The Journal of Maternal-Fetal & Neonatal Medicine [Internet]. 2021;0(0):1–11. Available from: https://doi.org/10.1080/14767058.2021.1919076
  11. Hatanaka AR, Souza E de, Ferreira EC, França MS, Souza RT. www.sogesp.com.br. 2022. Predição do Parto Pré-Termo – Recomendações SOGESP.